A arte de dizer não

Muito se fala em ser assertivo, em sempre estar a disposição, todavia, em vários casos o que realmente faz a diferença é dizer não.

Dizer não pode ser a grande salvação da sua carreira, do seu trabalho do seu negócio.

Sempre dizer sim pode parecer maravilhoso, mas o dia continua tenho 24 horas e temos que administrar cada vez mais coisas neste mesmo dia.

Um não dito de forma racional e explicado, pode ser muito mais útil que um sim que depois não pode ser resolvido ou cumprido.

Um interessante artigo expõe este tema e divido com vocês:

O megainvestidor Warren Buffet fez a William Ury, professor de negociação da Harvard University, uma revelação: o segredo da sua fortuna estava em dizer “não” a muitas propostas de investimento todos os dias, até que pudesse dizer “sim” à que buscava. Foi a partir desse encontro que Ury percebeu: cada “sim” importante requer mil “nãos” ao que não é prioritário. Porém, nem sempre conseguimos dizer “não” quando desejamos.

O autor comprovou, em sua própria vida, que Buffet estava certo. Após um acidente, sua filha necessitou se submeter a muitas cirurgias, e saber dizer “não” foi crucial para proteger sua família: “não” ao estilo de comunicação dos médicos, por exemplo, que criavam níveis altos de ansiedade. Também foi preciso declinar de convites e desconsiderar urgências do trabalho para priorizar a família.

A filha de Ury estava nas mãos da equipe do hospital, que, por sua vez, vivia sob estresse. Portanto, era preciso dizer “não” sem ser destrutivo, isto é, sendo respeitoso. Esse “não” que está a serviço de um “sim” maior é o que o autor denomina “não positivo”. Daí se originou o livro O poder do não positivo (ed. Campus/Elsevier). Outras duas obras compõem a trilogia do especialista: Como chegar ao sim (ed. Imago), escrito vinte anos antes, eSupere o não (ed. Best Seller).

O medo como barreira ao “não”

Quem já não aceitou algo quando queria, de fato, dizer “de jeito nenhum”? O próprio Ury confessa ter passado por isso. Nós relutamos em oferecer uma negativa quando sentimos medo de arruinar a relação que temos com nossos familiares, clientes, colegas de trabalho ou com nosso chefe. Esse medo pode nos levar à acomodação, em vez de a resultados favoráveis em negociações.

O medo também gera um ciclo vicioso: quanto mais você se apega ao que lhe traz ansiedade, mais ansioso fica. Para quebrar isso, é preciso obter nova perspectiva e olhar o medo como se estivesse de fora. Algumas pessoas simplesmente clareiam as ideias respirando fundo, tomando um banho ou dando uma caminhada; outras, como o próprio Ury, gostam de ir para perto da natureza; outras, ainda, precisam conversar com um amigo.

(…)

Como dizer não

De acordo com Ury, há três erros típicos que as pessoas costumam cometer quando querem negar algo:

•    dizer “não” de maneira tão fraca que, na prática, torna-se um sim;
•    dizer “não” de modo destrutivo ou com raiva, o que prejudica relacionamentos;
•    tentar evitar o conflito e não dizer nem “sim” nem “não”, não revelando sua posição.

A recomendação dele é fazer um sanduíche: comece com o “sim” aos seus valores, coloque o “não” calmamente no meio e termine com um “sim” para o que você pode fazer. Então, diga: “Como tenho um compromisso familiar importante, não poderei trabalhar no sábado, mas posso ficar até mais tarde durante a semana e terminar tudo”. Experimente.

Fonte: http://br.hsmglobal.com/artigos/nao-sem-culpa

Você diz não? Sabe dizer não?

Deveria. Isto poupa muito tempo.

Não precisamos ser grosseiros, nem mesmo tão diretos, mas precisamos ser objetivos. Ser objetivo significa expor motivos, definir estratégias do porque o não é importante.

Cada um tem seus motivos, a outra parte pode não concordar com os motivos, mas é necessário expo-los para que seu não seja sempre racional.

Um não dito de forma passional pode ser apenas um ressentimento.

Pense nisto e diga NÃO quando realmente for necessário.

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Artigo escrito por Gustavo Rocha – Sócio da Consultoria GestãoAdvBr
www.gestao.adv.br  |  gustavo@gestao.adv.br

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